04 março, 2009

Quem é contra a privatização?


“Embraer anuncia demissão de mais de 4.000 funcionários “ Folha de SP 19.02.09
“Sindicatos vão entrar com ação contra demissões na Embraer” Folha de SP 20.02.09

Como trabalhadora, sou contra as demissões injustas, sem tentativa de conciliação com sindicatos e funcionários. Desrespeito para com o ser humano, acima de tudo (vide caso da Varig*)
Como futura administradora, sou contra a carga tributária abusiva, principalmente sob a folha de pagamento e principalmente com mão de obra ociosa, que podem fazer com que a empresa perca a competitividade e até, inclusive, afundar a empresa.
Sou contra a falta de competência de alguns profissionais, que por terem algum tipo de estabilidade, não se empenham na sua função.
Sou contra a nomeação da alta gestão dessas empresas públicas através de políticos, não por mérito. Todos sabemos que empresa pública torna-se cabide de emprego e fonte de recursos para alguns partidos.
Não vou entrar no mérito se está certo ou errado demitr aqueles trabalhadores, pois, seria necessário um estudo mais detalhado, tanto da empresa, internamente quanto do cenário externo no qual ela está inserida.

Meu texto se baseia em um comentário da folha que me chamou a atenção:

“Sobre privatização:A CSN hoje uma gigante que tem participações em empresas de logistica e transporte ferroviário alem do controle total ou parcial de outras siderurgias foi privatizada em 1993, governo Collor e esta foi uma "bola dentro" de Collor, afinal hoje ela tem condições de disputar com a gigante indiana Tata a compra da Corus (siderurgia holandesa). Será que alguém se lembra de alguma empresa do setor com esse "poder de fogo", claro que não, as empresas que estão totalmente nas mãos do governo são elefantes brancos, dispendiosos cabides de emprego.Antes que alguém pense em escrever sobre a Petrobras e a Embraer, a Petrobras bé de capital aberto e a Embraer já foi privatizada (leiam o texto abaixo).A Embraer, antes da ser privatizada, sequer figurava entre as empresas com maior valor de mercado e, hoje, é avaliada em R$ 17 bilhões [1] , além de figurar como a terceira maior fabricante de jatos do mundo [2].Tornou-se uma das mais importantes blue chips negociadas na Bovespa, e distribui dividendos a acionistas minoritários e funcionários. [3]" M Mig
Interessante essa observação.

Se ela ainda fosse do governo, ela não precisaria demitir, seja pela falta de participação no mercado (manter a mesma demanda pífia ano após anos), seja pelos subsídios que o governo daria para não demitir ninguém e assim continuar a manter o culto a mediocridade profissional.

Acredito que o câncer a conta-gotas causado pelo governo ao colocar dinheiro público em um “buraco sem fundo” seja muito maior do que o enxugamento de uma empresa, mesmo que esta tenha pego dinheiro do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Social). O governo declara: “Empresas que pegaram empréstimos do BNDES não podem demitir”, até vejo um pouco de lógica, mas, quando Embraer pegou dinheiro emprestado, ela expandiu, reinvestiu na operação e contratou. Fez seu papel.

Oras! Ninguém reclamou quando ele foi usado como “moeda de troca” a favor da Ampliação do Conselho de Segurança (com a inclusão do Brasil). O Brasil ainda não faz parte do Conselho... E aí? Vamos pedir o dinheiro de volta ao Uruguay**? (risos)
Eu gostaria de saber quem as empresas beneficiadas no “esquema do BNDES” contrataram, e no que elas ajudaram a impulsionar o país.***

Bom, mas hoje o assunto não é corrupção.

Vamos voltar no tempo, 13 anos atrás, mais precisamente ao dia 7 de dezembro de 1994, data na qual a empresa foi privatizada. No dia do leilão, engenheiros, metalúrgicos, sindicalistas, integrantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores), CGT (Central Geral dos Trabalhadores), estudantes, Luis Inácio Lula da Silva, Lula - então candidato à presidência- e a (então) prefeita Angela Guadagnin (PT) de São José dos Campos, que chegou a criar o "Dia Municipal de Advertência Sobre os Efeitos da Privatização na Cidade" e críticos da esquerda, entre outros, engrossavam o coro contra a privatização!, alardeando inúmeros malefícios (vai saber quais) da privatização, da então Estatal.****

Graças ao bom “Santo dos administradores”, ao advogado João Cunha (e equipe), e ao empenho do, na época presidente Fernando Henrique Cardoso, FHC, ela foi privatizada. Para horror, medo e pavor daqueles funcionários incautos, acomodados e sanguessugas de alguns (creio eu que a maioria) dos funcionários daquela empresa. E por que não lembrar também, dos políticos, “donos do armário”, no qual poderiam pendurar seus “cabides” à vontade.

O que ninguém sabe, ou não lembra é que a empresa estava quase à beira da falência. Se hoje ela é um orgulho nacional, terceira no mundo, lucrativa, e com milhares de funcionários, com certeza não é por causa da sua condição de “estatal”.

A administração vem acompanhando o mercado, os clientes e os funcionários.
Antigamente o rapaz que entrasse em uma Ford da vida já poderia casar, pois teria emprego garantido até morrer.

Hoje não é mais assim, é até injusto de certa maneira, pois parece que sempre temos que “correr atrás do pneu do carro”, o que, por outro lado, gera competitividade.
Acredito que foi isso que a Embraer adquiriu, competitividade, pessoas capacitadas nos comandos e nos cargos, contra oficiais da Aeronáutica.

Acredito que muitos funcionários públicos se empenham nas suas funções, buscam resultados contínuos, mas estes muitas vezes sofrem com a falta de compromisso e competência dos outros, os acomodados, que graças à estabilidade no cargo, não precisam “correr atrás da roda”.
Embraer, Vale do Rio Doce e Petrobrás são algumas (se pesquisar acharei mais empresas) das empresas Brasileiras privatizadas que não só deram um salto nos lucros, expansão e competitividade como também de reconhecimento internacional.

Acho que aquelas milhares de pessoas que foram contra a privatização, deveriam reclamar, fiscalizar sim, mas não contra a privatização, mas por uma compra justa, sem corrupção, falcatruas, etc.
Muitos dirão: “O Banco do Brasil tem lucros altos”, sim, os tem, mas graças aos inúmeros serviços que devem ser obrigatórios por aquele banco. Alguém pode dissertar sobre a excelência do serviço prestado pelo Banco do Brasil?
Alguém já enfrentou a fila da Caixa Econômica Federal?

E para provar que não sou tão radical nas minhas idéias, sei que nem tudo no mundo da privatização é perfeito... Por exemplo, a privatização da Telebrás, com as agencias reguladoras que não regulam nada.

Com o atual presidente, a privatização dos Aeroportos***** é quase impossível...será que com a Dilma isso muda? Pois com o Serra eu sei que há grandes chances...
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