Às vezes gostamos tanto de uma coisa, ou de alguém que acabamos criando um mundo imaginário, uma terra propícia para que essa fantasia fecunde।
Sabemos que a semente a ser plantada não dará frutos, não crescerá... Mas não, continuamos a jogar agüinha, com a esperança que a sementinha cresça, fique forte e grande. Até imaginamos um balanço preso a um dos seus galhos...
Podemos até ver o vai-e-vem, subindo e descendo, o ar batendo no rosto, a emoção de brincar...
Sentimos o aroma das flores, o sabor nos lábios, o sumo doce como o mel, a sombra dos seus galhos nos refresca, nos saciamos com os frutos dessa árvore...
Continuamos a regar a plantinha, cada vez mais, e a decepção do presente é suplantada pelos sonhos do futuro, a Maya.
Em vão, passamos dias e noite em volta da planta, que depois de muito velar aparenta que está crescendo, ela cresce, mas não muito, não chega a ser uma árvore, não dá para colocar o balanço, nunca dará frutos...
Mesmo o tempo passando, ainda insistimos teimosamente que aquela árvore anã ser tornará em algo parecido com aquilo que sonhamos, que desejamos, afinal, onde está o poder do pensamento?
O tempo passa e a árvore não cresce, ela nunca crescerá.
De quem é a culpa? Da semente plantada, que nunca dará frutos, ou dos sonhos falsamente depositados nela, a insistência, a teimosia e a ilusão em tentar mudar algo que não pode ser mudado?
Cada ser é responsável pelos seus atos, cada semente plantada na Gaia tem uma característica, mudar o resultado disso é um erro, perda de tempo.
Amanda Pagliari
2 comentários:
Algumas sementes dependem de condições muito especiais para germinar e dar origem a uma nova planta.
Algumas precisam de um frio glacial, outras precisam de muita água, outras, ainda mais especiais, precisam ter sua casca ferida por mãos habeis para permitir que a água ao tocar as enzimas transforme o amido em açucar e que este alimente a criação.
Se o ferimento for muito profundo a semente morre, se for muito raso a água não penetrará e a semente continuará dormindo.
Mistérios da criação aos olhos miopes, sutilezas aos acostumados a enxergar detalhes, mas a grosso modo, o que a lagarta, tola, chama de fim, as almas elevadas conhecem por borboleta.
Não culpe a semente, as vezes ela não encontra o que esperava !
que pena que não se identificou, texto lindo.
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